“Não há como se fazer no Brasil qualidade na educação sem se pagar bem ao professor...O professor para ser valorizado, precisa ganhar bem, e mais, ele precisa de ter formação continuada. Não se pode também estabelecer uma relação de atrito quando os professores pedem melhores salários...nem interromper o diálogo, porque o diálogo é fundamental no respeito desta profissão. O Brasil só irá sair de uma situação de país emergente para uma situação de país desenvolvido se agente assegurar qualidade na educação para nossos filhos e para nossas crianças...para isso precisamos de ter professores bem formados e professores bem pagos...Por isso eu farei da campanha de pagamento de salários de professores uma das questões fundamentais de meu governo. Pagar bem ao professor é um dos grandes desafios que temos nos próximos anos, para além de qualquer outra coisa”
Presidenta Dilma Rousseff em sua campanha presidencial de 2010.
http://www.youtube.com/watch?v=wP9hn6JWM7A
O diagnóstico contido no discurso da então candidata Dilma Rousseff não poderia estar mais correto. De fato, o Brasil está em posição lamentável no que se refere a valorização da carreira docente. Salários defasados e insuficiente investimento em qualificação dos quadros funcionais das universidades e em infra-estrutura educacional torna a carreira docente não atrativa frente a outras carreiras, mesmo algumas do próprio setor público. O governo da Presidenta Dilma, no entanto, não cumpre os compromissos de camapanha assumidos pela candidata. Poderia fazê-lo e marcar sua administração por uma nova virada no país: o primeiro governo brasileiro que valorizou e investiu, como nunca antes na história do país, na educação pública.
A candidata Dilma também esteve correta ao sugerir que o desenvolvimento civilizatório da nação também passará pela valorização da carreira docente. Na comparação internacional, entretanto, vê-se que mesmo países com um nível de renda per capta inferior ao brasileiro (como Nigéria, India e Africa do Sul) pagam salários muito mais atrativos a seus docentes de nível superior (veja quadro abaixo). Como sabemos, no Brasil, o mais alto salário da carreira docente das IFES é o de professor titular, que não é um cargo aberto a todos na carreira e, que, portanto, está restrito a pouquíssimos professores. A maior parte dos docentes das IFES no Brasil, cerca de 70%, está no meio da carreira, equivalente ao rank 3 da tabela. Dos 22 países na lista, o salário de entrada nas IFES no Brasil só fica abaixo do salário de entrada do México, da China e da Rússia. Os salários pagos no Brasil são bastante inferiores à média dos salários pagos nos outros países da amostra. Em média, os salários pagos no Brasil estão cerca de 25% abaixo da média dos salários pagos nos países mostrados na tabela abaixo.
Tabela - Salário Médio Mensal em Universidades Públicas, US$ Paridade de Poder de Compra
Presidenta Dilma Rousseff em sua campanha presidencial de 2010.
http://www.youtube.com/watch?v=wP9hn6JWM7A
O diagnóstico contido no discurso da então candidata Dilma Rousseff não poderia estar mais correto. De fato, o Brasil está em posição lamentável no que se refere a valorização da carreira docente. Salários defasados e insuficiente investimento em qualificação dos quadros funcionais das universidades e em infra-estrutura educacional torna a carreira docente não atrativa frente a outras carreiras, mesmo algumas do próprio setor público. O governo da Presidenta Dilma, no entanto, não cumpre os compromissos de camapanha assumidos pela candidata. Poderia fazê-lo e marcar sua administração por uma nova virada no país: o primeiro governo brasileiro que valorizou e investiu, como nunca antes na história do país, na educação pública.
A candidata Dilma também esteve correta ao sugerir que o desenvolvimento civilizatório da nação também passará pela valorização da carreira docente. Na comparação internacional, entretanto, vê-se que mesmo países com um nível de renda per capta inferior ao brasileiro (como Nigéria, India e Africa do Sul) pagam salários muito mais atrativos a seus docentes de nível superior (veja quadro abaixo). Como sabemos, no Brasil, o mais alto salário da carreira docente das IFES é o de professor titular, que não é um cargo aberto a todos na carreira e, que, portanto, está restrito a pouquíssimos professores. A maior parte dos docentes das IFES no Brasil, cerca de 70%, está no meio da carreira, equivalente ao rank 3 da tabela. Dos 22 países na lista, o salário de entrada nas IFES no Brasil só fica abaixo do salário de entrada do México, da China e da Rússia. Os salários pagos no Brasil são bastante inferiores à média dos salários pagos nos outros países da amostra. Em média, os salários pagos no Brasil estão cerca de 25% abaixo da média dos salários pagos nos países mostrados na tabela abaixo.
Tabela - Salário Médio Mensal em Universidades Públicas, US$ Paridade de Poder de Compra
Fonte: International Comparison of Academic Salaries in 28 Countries
Disponível em http://acarem.hse.ru/data, acessado em 2 de junho de 2012.
Seja em relação ao grau de desenvolvimento econômico do país ou seja em relação às aspirações de desenvolvimento civilizatório almejadas, o fato concreto é que os salários pagos aos docentes no Brasil estão defasados em termos internacionais. A própria Presidenta Dilma reafirmaria suas promessas de campanha ao dizer, na posse do Ministro Mercadante no MEC, que a educação está no centro do projeto de desenvolvimento científico da nação sob seu governo.
Como reconheceu a Presidenta Dilma, a Universidade Pública de qualidade necessita, para desempenhar seu papel histórico no desenvolvimento civilizatório da nação, que seus docentes e funcionários técnicos sejam bem remunerados e qualificados. É, ainda, fundamental aumentar os investimentos na universidade, principalmente onde a expansão recente foi maior. É comum nos círculos empresariais se reproduzir a máxima de que crise abre oportunidades de transformações. Neste sentido, ao invés de usar a crise Européia atual como desculpa para suas falhas, fraquezas e equívocos, o governo Dilma poderia aproveitar a oportunidade para investir numa área onde o retorno não só é certo como alto. Ademais, não há dúvida que novos investimentos em infraestrutura e modernização de nossas universidades com valorização de seus quadros docentes e técnico-administrativos poderia mesmo ser um fator de atração de cientistas e de profissionais de outros países que penam mais duramente as mazelas da crise corrente.
Cristalino como água, está na hora de transformar palavras em ação. A prova do pudim está em comê-lo. Negocia, Dilma!
Disponível em http://acarem.hse.ru/data, acessado em 2 de junho de 2012.
Seja em relação ao grau de desenvolvimento econômico do país ou seja em relação às aspirações de desenvolvimento civilizatório almejadas, o fato concreto é que os salários pagos aos docentes no Brasil estão defasados em termos internacionais. A própria Presidenta Dilma reafirmaria suas promessas de campanha ao dizer, na posse do Ministro Mercadante no MEC, que a educação está no centro do projeto de desenvolvimento científico da nação sob seu governo.
Como reconheceu a Presidenta Dilma, a Universidade Pública de qualidade necessita, para desempenhar seu papel histórico no desenvolvimento civilizatório da nação, que seus docentes e funcionários técnicos sejam bem remunerados e qualificados. É, ainda, fundamental aumentar os investimentos na universidade, principalmente onde a expansão recente foi maior. É comum nos círculos empresariais se reproduzir a máxima de que crise abre oportunidades de transformações. Neste sentido, ao invés de usar a crise Européia atual como desculpa para suas falhas, fraquezas e equívocos, o governo Dilma poderia aproveitar a oportunidade para investir numa área onde o retorno não só é certo como alto. Ademais, não há dúvida que novos investimentos em infraestrutura e modernização de nossas universidades com valorização de seus quadros docentes e técnico-administrativos poderia mesmo ser um fator de atração de cientistas e de profissionais de outros países que penam mais duramente as mazelas da crise corrente.
Cristalino como água, está na hora de transformar palavras em ação. A prova do pudim está em comê-lo. Negocia, Dilma!